sexta-feira, 12 de julho de 2013

Minha prima, Je, é de uma beleza incrivelmente fantástica. E essa beleza confere a ela poderes que os não tão belos - como eu, por exemplo - não têm.

São perdoados os erros que ela comete, sempre. Lembro-me que desde criança ela tinha um tratamento privilegiado. Era ela e nós - os outros. Se Je queria brincar no parquinho da cidade, e o resto queria ficar brincando no quintal de casa... adivinha!? Íamos todos pro parquinho.

E, acredito que ter suas vontades sempre satisfeitas, tornaram-na no que é hoje: no mínimo, eu diria, difícil de se lidar.

Fiquei magoada com a carta? Não, claro que não... há muito tempo deixei de me magoar por não ser bem tratada por alguém. Acho que ninguém tem obrigação de gostar de mim... de me tratar bem. Aceito o sentimento genuíno das pessoas, e isso pra mim basta. E há os que gostam e os que não gostam de mim. Paciência....

Mas não posso dizer que não fiquei triste. Fiquei sim, tristíssima. Ser a causadora da tristeza de meu pai, mais uma vez... Pensar nele chorando me cortou o coração. A cena me perseguia por onde quer que eu fosse: o pomar lá da casa dele... as árvores balançando ao vento... os raios de sol passando por entre as folhas... o perfume das flores... o barulho do riacho que corre bem no fim do quintal. Tudo maravilhosamente lindo, acompanhando bem de perto a dor de meu pai.

De cortar o coração... mesmo. Mas a vida não é de toda justa. Ela comete erros. Ela atinge pessoas inocentes. Ela é a vida e ela faz o que quer.

Demorei uns diasinhos pra escrever uma carta aos meus pais... e responder a carta de minha prima.

Não queria nenhum tom de tristeza na minha escrita (e precisava ter o dinheiro pra comprar papel, envelope e selos - porque, enfim, tudo custa dinheiro).

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