segunda-feira, 10 de junho de 2013

Quando fechei a porta depois de acompanhar com os olhos meu pai descendo as escadas, senti um tremendo nó na garganta. Queria chorar e chorar, mas sabia que não podia - não queria que Cadu percebesse o quão triste eu estava, o quão solitária me sentia.

É bem verdade que cheguei só com meu filho em Florianópolis, mas não tinha dimensionado o tamanho da solidão que me acompanhava. Estava ocupada demais em organizar a vida de forma que conseguíssemos - ele e eu - nos adaptar à nova situação.

Depois da visita de meu pai - organizando o que estava desorganizado no apartamento, comprando o que faltava, suprindo nossa geladeira - percebi que estava, sem meu pai aqui, sem estrado para meus pés. Eu estava definitivamente só.

Mesmo o apoio emocional - meu pai não disse uma palavra de carinho, não perguntou se eu estava feliz com a escolha que havia feito -, não, ele não fez nada disso... mas eu me senti abraçada, cuidada. Enquanto meu pai estava aqui, eu senti que alguém se importava comigo.

Você já se sentiu só? Já sentiu, mesmo em meio a uma multidão, uma tremenda solidão? Acompanhad@... mas só? Sentiu aquela sensação ruim de não poder contar com ninguém, de estar sozinh@ no mundo? Sentiu culpa por estar só? Já se perguntou: por que não há ninguém que queira ficar perto de você? Sentiu-se culpad@ da própria solidão?

Eu só pensava: por que o castigo é tão grande? Por que a pena que me é afligida ocupa tanto espaço da minha vida? Por que tamanha intensidade de dor?

Deitei no beliche, abracei meu filho e deixei o tempo passar... só sabia que estava só, que meu filho dependia de mim para não se sentir só e que eu não podia sequer chorar.


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